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EUA suspendem envio de mísseis à Ucrânia por temor de escassez nos próprios estoques

Porta-voz adjunta da Casa Branca, Anna Kelly, justificou a decisão afirmando que ela foi tomada "para colocar os interesses dos EUA em primeiro lugar"

(Foto: REUTERS / Gleb Garanich)
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247 - O governo dos Estados Unidos anunciou na terça-feira (1) a interrupção do fornecimento de determinados armamentos à Ucrânia, alegando preocupação com a diminuição dos estoques militares americanos. A medida ocorre em meio à escalada dos ataques russos contra o território ucraniano e à frustração de negociações diplomáticas.

Segundo a RFI, em um comunicado à AFP, a porta-voz adjunta da Casa Branca, Anna Kelly, justificou a decisão afirmando que ela foi tomada "para colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar". A funcionária não deu mais detalhes, mas confirmou as informações previamente divulgadas pela imprensa norte-americana.

Segundo reportagens do site Politico e de outros veículos dos EUA, os itens suspensos incluem sistemas de defesa aérea MIM-104 Patriot, mísseis antitanque AGM-114 Hellfire e munições de artilharia de precisão. As publicações apontam que o Departamento de Defesa estaria preocupado com o nível dos estoques militares, base de onde partem os pacotes de ajuda destinados a Kiev.

A decisão dos EUA chega em um momento delicado: após duas rodadas de negociações sem avanços em Istambul, a Rússia intensificou sua ofensiva aérea sobre a Ucrânia. Dados reunidos pela AFP indicam que o número de drones de longo alcance lançados por Moscou cresceu 36,8% em junho em comparação a maio. No total, foram 5.438 drones do tipo utilizados no último mês — o maior número desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

Esses ataques, concentrados sobretudo à noite, têm sobrecarregado os sistemas ucranianos de defesa antiaérea e agravado o sofrimento da população civil, que vive sob bombardeios constantes há quase dois anos e meio. Durante o governo de Joe Biden, os EUA destinaram mais de US$ 60 bilhões em ajuda militar à Ucrânia. Já sob o presidente Donald Trump, embora a relação com Kiev tenha se deteriorado, parte dessa assistência foi mantida.

O especialista em Rússia John Hardie, da Fundação para a Defesa das Democracias (FDD), avaliou que, embora a suspensão não seja suficiente para provocar o colapso imediato das linhas ucranianas, “prejudicará seriamente as defesas da Ucrânia, particularmente suas capacidades em mísseis antibalísticos e ataques de precisão”. Ele alerta ainda que a medida poderá resultar em “mais mortes de soldados e civis ucranianos, perda de território e destruição de infraestrutura crítica”.

Na madrugada desta quarta-feira (2), novos ataques russos foram registrados. Um deles atingiu uma fazenda em Borivske, na região de Kharkiv, matando uma pessoa e ferindo outra. Dois outros bombardeios na mesma localidade causaram apenas danos materiais.

Em contrapartida, o exército ucraniano reivindicou a autoria de uma ofensiva contra uma refinaria de petróleo na região de Saratov, dentro do território russo. Segundo nota divulgada no Telegram pelo Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, a instalação era usada "para fornecer combustível e lubrificantes às unidades militares russas envolvidas na agressão armada contra a Ucrânia".

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