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Chuvas devastadoras alagam Kinshasa, deixam ao menos 30 mortos e expõem crise urbana na RDC

Enchente do rio Ndjili atingiu bairros densamente povoados da capital congolesa; colapso de estruturas e precariedade urbana ampliam tragédia

Enchentes na República Democrática do Congo (Foto: Créditos: Divulgação/Youtube Al Jazeera)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - Pelo menos 30 pessoas morreram em consequência das fortes chuvas que atingiram Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDC), desde a noite da última sexta-feira (4). 

As informações foram confirmadas neste domingo (6) pelo ministro provincial da Saúde, Patricien Gongo, à agência Reuters, que relatou também a destruição de residências, vias e o colapso de parte da infraestrutura da cidade.

Gongo destacou que o número de mortos é ainda provisório, mas observou que "a maioria das vítimas do dilúvio morreu devido ao desabamento de muros". O transbordamento do rio Ndjili, que corta a capital de cerca de 17 milhões de habitantes, causou uma inundação de grandes proporções e paralisou a principal via nacional da cidade, onde diversos motoristas ficaram presos por horas. Alguns passaram a noite inteira dentro dos veículos.

"Voltávamos do aeroporto para receber um amigo e passamos a noite no carro porque não havia um local seguro para estacionar", relatou à Reuters a moradora Patricia Mikonga, uma das muitas vítimas indiretas do caos urbano gerado pelas inundações.

Diversos bairros de Kinshasa enfrentaram apagões e interrupção no fornecimento de água, agravando ainda mais a situação da população. O governador da cidade, Daniel Bumba Lubaki, reconheceu os danos à infraestrutura hídrica, mas prometeu, em pronunciamento na televisão estatal, que o abastecimento será restabelecido "dentro de alguns dias". Ele atribuiu parte da tragédia à construção de moradias irregulares e alertou para a possibilidade de despejos em áreas de ocupação informal.

Para o hidrologista Raphael Tshimanga Muamba, a degradação dos rios provocada pela ação humana agravou os impactos das chuvas. "Estas são ações antrópicas em que os rios são degradados; suas dimensões já não correspondem mais à capacidade original de conter as cheias", disse ele à agência.

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