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      Estadão cobra Hugo Motta por punição exemplar a deputados que ocuparam Mesa da Câmara

      Para jornal, presidente da Casa demonstra fragilidade ao enviar casos à Corregedoria em vez de agir diretamente no Conselho de Ética

      O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta - 6/8/25 (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
      Aquiles Lins avatar
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      247 - O Jornal O Estado de S.Paulo cobrou, em editorial publicado em 9 de agosto, que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adote punição exemplar contra os 14 parlamentares envolvidos no assalto antidemocrático à Mesa Diretora. Para o veículo, a decisão de encaminhar os casos à Corregedoria, em vez de levá-los diretamente ao Conselho de Ética, revela falta de autoridade e um recuo político injustificável diante da gravidade das imagens registradas.

      O Estadão afirma que, se Motta estivesse realmente empenhado em recuperar o respeito perdido após o episódio, teria dispensado etapas intermediárias e solicitado de imediato o afastamento dos deputados. O jornal lembra que, em casos menos graves, a Mesa Diretora já aplicou sanções sem a necessidade de parecer prévio da Corregedoria, como ocorreu com André Janones (Avante-MG) e Gilvan da Federal (PL-ES), suspensos por três meses apenas por proferirem insultos.

      A crítica do editorial também recai sobre a condução da crise. O texto relata que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) precisou negociar com os manifestantes para que deixassem a Mesa Diretora, algo que, para o jornal, expôs ainda mais a fragilidade política de Motta. Aliados tentaram defender o presidente da Casa, alegando que a manobra evitou que bolsonaristas se passassem por vítimas de violência policial, mas o Estadão classificou essa leitura como “extraordinariamente benevolente”.

      Entre os denunciados estão Marcel van Hattem (Novo-RS) e 13 deputados do PL: Allan Garcês (MA), Bia Kicis (DF), Carlos Jordy (RJ), Caroline de Toni (SC), Domingos Sávio (MG), Júlia Zanatta (SC), Marco Feliciano (SP), Marcos Pollon (MS), Nikolas Ferreira (MG), Paulo Bilynskyj (SP), Sóstenes Cavalcante (RJ), Zé Trovão (SC) e Zucco (RS).

      O grupo alegou que a invasão tinha como objetivo forçar a votação de medidas favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar e prestes a ser julgado no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado. O jornal, no entanto, sugere que o ato também pode ter servido para desviar a atenção do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil — medida que, segundo o editorial, foi articulada em parte pela família Bolsonaro junto a Donald Trump e entrou em vigor nesta semana.

      O PL ainda apresentou denúncia contra a deputada Camila Jara (PT-MS), acusando-a de empurrar Nikolas Ferreira durante a confusão, embora ela não tenha participado do assalto à Mesa. O Estadão considera que tratar essa acusação com o mesmo peso das denúncias contra os 14 parlamentares golpistas agravaria a imagem de fragilidade de Motta.

      Para o jornal, o presidente da Câmara precisa agir com firmeza, inspirando-se no exemplo de Ulysses Guimarães, que dizia só decidir sob pressão. Sem punição exemplar, conclui o editorial, Motta corre o risco de transformar a Presidência da Câmara em um cargo meramente decorativo e de perder, de forma irreversível, a autoridade sobre a Casa.

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