‘A Terra está na UTI’: planeta pode ter ultrapassado o ‘ponto sem retorno’, alertam cientistas
O ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar 1,5°C de alta na temperatura média em comparação com os níveis pré-industriais
247 - O planeta Terra pode já ter passado de um "ponto sem retorno" no aquecimento global, alertaram cientistas. O ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar 1,5°C de alta na temperatura média em comparação com os níveis pré-industriais. De acordo com o pesquisador Paulo Artaxo, cientista da USP, caso a Terra ultrapasse os “pontos de não retorno, nós vamos jogar 400 a 500 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera”. “Não tem mais jeito de baixar a temperatura para [a meta de] 1,5°C”. O relato saiu no Portal Uol.
O conceito “ponto de não retorno” é referente a mudanças provocadas na Terra e, por consequência, não há mais como reverter essas alterações na estrutura do planeta. O habitat não fica mais como era antes, em seu estado natural.
Analistas afirmaram que, se as emissões de carbono forem zeradas no mundo até 2040, o aumento da temperatura média não passará de 2°C, o que poupará vidas humanas e 25% da biodiversidade oceânica.
Segundo Luciana Gatti, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), "pelos dados dos últimos anos, vimos que a Amazônia foi um enorme absorvedor de carbono”. “E isso nos enche de esperança, porque isso quer dizer que, se é a ação humana que transformou a Amazônia numa fonte de carbono, basta parar de emiti-lo".
Números preocupantes
A ONU informou que cerca de 90% da energia retida pelos gases com efeito de estufa no sistema terrestre é armazenada nos oceanos. O que levou a observação da taxa de aquecimento dos oceanos mais alta dos últimos 65 anos, em 2024, além da duplicação da taxa de subida do mar entre 2015 e 2024 na comparação com o período de 1993 a 2002.
Os últimos anos também registraram as menores extensões de gelo antártico e a maior perda de massa glacial. No Ártico, as menores 18 extensões de gelo foram registradas nos últimos 18 anos.
Os impactos dos fenômenos meteorológicos em 2024, somados a conflitos e a maiores preços de alimentos tiveram como consequência o agravamento de crises alimentares em 18 países, aponta o relatório da ONU.
O Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, mostrou que 2024 foi o ano mais quente no Brasil desde 1961.
A temperatura média anual foi de 25,02°C. Os números de 2024 representaram aumento de 0,79°C no comparativo com a média histórica das últimas duas décadas completas - de 1991 a 2020, a temperatura média ficou em 24,23°C no país.
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