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Fórum une polos petroquímicos e Abiquim para fortalecer a indústria química

Setor lança espaço permanente de diálogo, firma Carta Conjunta e alinha agendas regionais e nacionais para ampliar competitividade e a sustentabilidade

Fórum une polos petroquímicos e Abiquim para fortalecer a indústria química (Foto: Freepik )

247 - A indústria química brasileira deu um passo estratégico nesta quinta-feira (13) ao lançar, na sede da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o Fórum de Comitês de Fomento à Indústria Química. A iniciativa, conforme destacou a própria entidade — fonte original das informações —, consolida um espaço permanente de cooperação entre os principais polos petroquímicos do país e inaugura uma nova fase de articulação integrada no setor. O encontro também marcou a assinatura da Carta Conjunta dos Comitês de Fomento, que define princípios e compromissos voltados ao desenvolvimento sustentável, à inovação e à competitividade.

A cerimônia contou com a presença do presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, além dos representantes dos comitês regionais: Alexandre Fagundes (Assecampe/RJ); Carlos Alfano (COFIC/BA); Laudemir Sarzeda, Francisco Ruiz e Luiz Antonio Pazin (COFIP/ABC); Nelzo Luiz Neto da Silva e Sidnei Anjos (COFIP/RS); e Ricardo Salgado e Silva (Polo Cubatão/SP). Todos reforçaram a importância de alinhar agendas e unificar ações diante dos desafios atuais da indústria química.

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A partir da esquerda: Francisco Ruiz (COFIP/ABC), Laudemir Sarzeda (COFIP/ABC), Aurinézio Calheira Barbosa (COFIC BA), Nelzo Luiz Neto da Silva (COFIP/RS), Carlos Alfano (COFIC Bahia), Luiz Antonio Pazin (COFIP/ABC), Alexandre Fagundes (Assecampe/RJ), André Passos Cordeiro (Abiquim), Sidnei Anjos (COFIP/RS), Ricardo Salgado e Silva (Polo Cubatão/SP).(Photo: Divulgação)


Em sua fala de abertura, Cordeiro ressaltou o caráter histórico da nova plataforma de diálogo. Para ele, o Fórum cumpre um papel decisivo ao conectar demandas regionais à agenda institucional da Abiquim. “A função da Abiquim é somar esforços, unindo todas as pontas da indústria para fortalecer nossa competitividade e criar um ambiente de negócios mais eficiente no país. Este Fórum nasce com o propósito de afinar a sintonia entre as agendas locais e a atuação nacional, transformando desafios comuns em oportunidades concretas de crescimento”, afirmou. Ele acrescentou que “o fortalecimento do setor passa por uma ação articulada que envolve não apenas a interlocução com o poder público, mas também a construção de uma opinião pública favorável à indústria química”.

Idealizado para promover cooperação contínua, o Fórum se apoia em pilares como inovação, sustentabilidade, segurança operacional, valorização de pessoas e transparência. A iniciativa pretende também impulsionar políticas de transição energética, aumentar a competitividade regional e estreitar a interlocução com governos, universidades e a sociedade.

Os líderes dos comitês regionais destacaram que a atuação conjunta potencializa a força política e técnica dos polos petroquímicos. Representando o Polo de Cubatão, Ricardo Salgado e Silva enfatizou o caráter unificador da iniciativa. “Essa iniciativa da Abiquim é extremamente nobre, pois propõe orquestrar ações conjuntas entre polos que, embora tenham particularidades, enfrentam desafios comuns. Muitas vezes estamos absorvidos por questões locais, mas há pautas — como logística, infraestrutura e meio ambiente — que afetam a todos”, disse. Para ele, o Fórum cria o ambiente necessário para discutir temas estratégicos e “olhar não apenas para a preservação, mas para o desenvolvimento sustentável da indústria química brasileira”.

Do ABC paulista, Laudemir Sarzeda, gerente executivo do COFIP ABC, avaliou que a criação do espaço ocorre num momento crucial. “Vivemos um período de grandes desafios para a indústria, especialmente a química. A iniciativa da Abiquim é fundamental para integrar ações, compartilhar soluções e construir uma agenda comum de competitividade e sustentabilidade”, afirmou. Segundo ele, a união de esforços será decisiva para “fortalecer a indústria nacional”.

Já o representante do Rio de Janeiro, Alexandre Fagundes, presidente da Assecampe, reforçou o potencial da integração para transformar conhecimento em resultados práticos. “Temos muito conhecimento técnico, muitos estudos e propostas bem estruturadas — agora precisamos transformar tudo isso em execução”, afirmou. No caso fluminense, ele disse que a articulação é ainda mais estratégica: “Em um estado como o Rio de Janeiro, onde a economia é fortemente ligada ao petróleo e gás, essa união é fundamental para reerguer a indústria química e fortalecer nossa presença produtiva”.

Da Bahia, o presidente do COFIC e diretor industrial da Braskem, Carlos Alfano, destacou a importância de alinhar discurso e timing das agendas regionais. “Temos uma grande oportunidade de atuar de forma integrada, dando mais peso às pautas estratégicas que são comuns a todos os polos. Cerca de 90% das nossas dores são as mesmas — e quando conseguimos falar a mesma língua, o impacto em Brasília e nos fóruns de decisão é muito maior”, afirmou. Para Alfano, a Abiquim tem papel essencial ao ajudar a organizar e priorizar essas pautas.

Representando o Polo do Rio Grande do Sul, Nelzo Luiz Neto da Silva reforçou o salto qualitativo proporcionado pela iniciativa. “Até agora, nossa interação entre os comitês era muito pontual, voltada à resolução de problemas imediatos. O Fórum nos dá a chance de elevar o patamar das discussões, conectando os temas locais a uma agenda estratégica nacional”, observou. Ele destacou que essa convergência é decisiva para fortalecer a competitividade do setor.

A Carta Conjunta assinada pelos comitês estabelece metas de longo prazo relacionadas à integração, inovação, segurança operacional, descarbonização e qualificação profissional. O documento também reafirma o compromisso com práticas éticas, com tolerância zero a corrupção ou suborno.

Para a Abiquim, o Fórum inaugura uma nova governança setorial, mais abrangente e conectada com os desafios contemporâneos. “Este é um passo essencial para transformar os desafios que vivemos em oportunidades de crescimento e inovação compartilhada”, reforçou André Passos Cordeiro ao encerrar o evento.