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Roberto Ponciano: "O governo Lula é sequestrado e chantageado a cada segundo"

Escritor aponta crises políticas e econômicas e critica a oposição de extrema direita em entrevista ao Boa Noite 247

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução- canal Lula, youtube)
Redação Brasil 247 avatar
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247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, transmitido pelo canal TV 247, Roberto Ponciano fez uma análise contundente sobre o cenário político e econômico do Brasil. Segundo Ponciano, o governo Lula enfrenta uma pressão constante por parte de grupos políticos e econômicos que tentam impor suas agendas, levando o país a uma situação de instabilidade. "O governo Lula é sequestrado e fica sendo chantageado a cada segundo", afirmou ele, referindo-se à dificuldade de implementar políticas públicas diante de um Congresso conservador e forças opositoras organizadas.

A entrevista começou com um debate sobre a política de juros e a relação histórica do governo com o sistema financeiro. Ponciano relembrou a queda de popularidade da ex-presidente Dilma Rousseff após baixar os juros durante seu mandato. "Dilma ofereceu crédito consignado mais barato pela Caixa e pelo Banco do Brasil, mas o rentismo no Brasil não aceitou. Quando ela baixou os juros, ela começou a cair", declarou. Segundo ele, uma política agressiva de redução de juros pode provocar forte reação dos setores financeiros, assim como aconteceu no passado.

Outro ponto abordado foi a alta dos preços de alimentos e a inflação, que, segundo Ponciano, não é fruto de problemas internos de produção, mas de uma crise global e da dolarização de determinados setores da economia. "Essa inflação não é causada por seca no Nordeste ou enchente no Sul. É uma crise importada. O café disparou no mercado internacional, e o preço sobe aqui porque eles vendem ao brasileiro como se fosse em dólar", explicou.

A recuperação econômica e o papel do pequeno agricultor

Ponciano destacou também os avanços do governo na área de agricultura familiar e combate à fome, apesar das dificuldades. "O Brasil voltou ao mapa da fome no governo Bolsonaro. Quem não lembra das filas para comprar osso ou do óleo de soja a R$ 12? O Lula conseguiu baixar o preço dos alimentos, mas ainda há muito a fazer", disse.

Ele defendeu as políticas de incentivo à agricultura familiar, citando como exemplo o fornecimento de alimentos para a merenda escolar. "Na minha cidade, as escolas estão sendo abastecidas por pequenos produtores rurais. Isso salva famílias da fome e fortalece a economia local", relatou uma espectadora do programa, reforçando o impacto positivo dessas medidas.

"Não dá para virar Noruega de um dia para o outro"

Falando sobre as expectativas exageradas que parte da população deposita no atual governo, Ponciano foi categórico: "O Brasil foi destruído no governo Bolsonaro. Não dá para ser um país de terra arrasada e virar Noruega de uma hora para outra. A recuperação vai levar tempo".

Ainda sobre a atuação da oposição, ele criticou a direita brasileira por se apropriar de símbolos nacionais e promover uma narrativa distorcida. "A direita colocou na cabeça do povo que nós, da esquerda, somos contra o Brasil. Eles se dizem patriotas, mas foram eles que nos levaram de volta ao mapa da fome", afirmou, destacando o sucesso de iniciativas como o uso do boné com a frase 'O Brasil é dos brasileiros', que fortalece a imagem popular do governo sem xenofobia.

Um governo em constante negociação

Por fim, Ponciano chamou atenção para os desafios enfrentados por Lula na relação com o Congresso. "Conseguir aprovar a reforma tributária nesse Congresso foi um milagre. O Haddad fez o que ninguém conseguiu", elogiou, mas alertou para os riscos de novas chantagens políticas. "A cada crise, tentam derrubar ministros e impor nomes ligados ao Centrão", disse.

A entrevista reforçou o tom de alerta sobre o atual momento do Brasil, mas também destacou avanços importantes. Segundo Ponciano, o ano de 2025, definido por Lula como o "ano da verdade", será decisivo para o governo consolidar suas políticas e enfrentar a oposição. "A verdade vai derrotar a mentira", concluiu. Assista:


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