Municípios avançam na jornada por turismo mais inteligente, sustentável e inclusivo
Encontro durante a WTM Latin America marca nova etapa do Programa Turismo Futuro Brasil, que envolve 12 cidades com apoio do Sebrae e do BID
247 - Durante a WTM Latin America, realizada nesta terça-feira (15), representantes dos 12 municípios que integram o Programa Turismo Futuro Brasil participaram de um encontro considerado decisivo para a consolidação de uma nova estratégia de turismo no país. A iniciativa, promovida pelo Sebrae em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e apoio técnico da GKS Inteligência Territorial, visa transformar essas cidades em referências em Destinos Turísticos Inteligentes (DTI). A informação foi divulgada pelo Sebrae Nacional.
Com base em uma metodologia que abrange governança, inovação, sustentabilidade, acessibilidade, marketing, segurança e experiência do visitante, o programa apoia os municípios na construção de um turismo mais eficiente, inclusivo e voltado também à melhoria da qualidade de vida da população local. “É uma jornada de evolução. Queremos que esses municípios estejam mais preparados para atender não apenas aos turistas, mas também à população local, com soluções inteligentes e sustentáveis”, afirmou Mariana Cavalcante, analista de Competitividade no Turismo do Sebrae Nacional.
Ao longo dos últimos dois anos, cidades como Pirenópolis (GO), Bonito (MS), Paraty (RJ), Ilhabela (SP), entre outras, passaram por diagnósticos de maturidade, receberam consultorias e iniciaram a implementação de ações concretas. A fase atual marca a transição da teoria para a prática. “A gente tinha muitas expectativas porque esse encontro, de alguma forma, tangibiliza o apoio que demos ao longo do programa. Os municípios construíram suas jornadas, identificaram ações prioritárias e agora estão colocando a mão na massa. Ver isso acontecendo de fato é muito importante”, afirmou Juliana Bettini, especialista em turismo do BID.
A próxima etapa, prevista para maio, será a reavaliação dos municípios. Segundo Cássio Garkalns, da GKS Inteligência Territorial, esse momento permitirá mensurar com precisão os avanços obtidos até aqui. “Vamos comparar os diagnósticos iniciais com os resultados atuais. Isso nos mostrará o quanto cada um evoluiu em suas dimensões prioritárias”, explicou.
Desafios locais e soluções criativas
Durante o encontro, representantes das cidades compartilharam aprendizados e desafios enfrentados. Em Ilhabela (SP), o secretário de Turismo Luiz Gustavo Oliveira destacou a instalação de sensores no terminal da balsa como ferramenta para o monitoramento do fluxo de turistas, reforçando o compromisso com a preservação ambiental.
Já em Penedo (AL), o secretário Jair Galvão apontou a dificuldade inicial de estabelecer indicadores para as ações do programa. “Foi essencial entender onde valia mais a pena investir, e o programa nos deu essa clareza”, disse.
Paraty (RJ), conhecida por seu centro histórico tombado, enfrenta o desafio do ordenamento turístico e da qualificação das experiências culturais. Laise Costa, representante da cidade, ressaltou a importância de estruturar melhor as vivências oferecidas aos visitantes.
Em Novo Airão (AM), os resultados já começam a aparecer. Com 11 unidades de conservação e forte tradição artesanal, o município investiu em infraestrutura e capacitação das comunidades indígenas, se tornando o primeiro da Região Norte a ser certificado como destino de turismo de aventura.
Já em São Luís (MA), o maior obstáculo está na mobilização do setor produtivo e da sociedade em torno das transformações propostas. “A participação ativa de todos é fundamental para que as melhorias implementadas se tornem permanentes e sustentáveis”, avaliou o secretário de Turismo, Saulo Santos.
Reconhecimento oficial ainda está por vir
Embora nenhum município brasileiro tenha sido oficialmente reconhecido como DTI, esse status deverá ser regulamentado pelo Ministério do Turismo em breve, após a publicação da norma brasileira sobre o tema. O manual já publicado pelo ministério, baseado em experiências internacionais, tem servido como guia para os gestores públicos que querem trilhar esse caminho.
O Programa Turismo Futuro Brasil se antecipa a essa regulamentação ao preparar as cidades para esse reconhecimento, fortalecendo práticas de planejamento estratégico, governança local e inovação.
Para Ana Clévia Guerreiro, coordenadora de comércio, serviços e economias de futuro do Sebrae Nacional, o movimento vai além de atender ao turista. “Mais do que atender bem ao turista, ser um DTI é melhorar a vida de quem vive ali. É um movimento transformador e às vezes a gente precisa ser meio louco para ver a transformação acontecer”, concluiu.
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