Décio Lima defende empreendedorismo como ferramenta de inclusão durante debate sobre futuro do Brasil
Presidente do Sebrae critica modelo econômico insustentável e aponta potencial do país na economia digital e criativa até 2050
247 - O presidente do Sebrae, Décio Lima, afirmou nesta terça-feira (29), em Brasília, que o empreendedorismo deve ser visto como um instrumento central de inclusão social e transformação econômica no Brasil. A declaração foi feita durante o painel Desafios e Oportunidades para o Brasil que queremos, parte dos Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050, promovido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.
Ao abordar os rumos desejáveis para o desenvolvimento nacional nas próximas décadas, Lima defendeu a adoção de um modelo econômico sustentável, digital e alinhado às exigências do mercado global. “Nós não podemos produzir uma economia que não seja sustentável, ela não tem mais espaço no próprio mercado do capitalismo. Nós não podemos pensar em uma economia analógica, porque não tem viabilidade nem escala. E ela, hoje, está integrada e globalizada”, afirmou.
Segundo ele, o Brasil precisa agir para conter a concentração de riqueza e enfrentar o domínio das grandes plataformas internacionais na inteligência artificial. “Os próximos anos são de oportunidade para o Brasil na micro e pequena economia empreendedora”, destacou. Lima ressaltou ainda que o país possui vantagens únicas para se posicionar como protagonista global. “Só o Brasil tem seis biomas, só o Brasil tem a criatividade que tem o povo brasileiro, inclusive no campo das startups e da criatividade dessa nova geração, da juventude. E só o Brasil tem os elementos, como aqui dito, da paz, da ternura, da solidariedade para poder garantir um processo globalizado, consistente para que nós possamos interagir com a economia do planeta”, concluiu.
Estratégia Brasil 2050 busca alinhar metas nacionais de longo prazo
A Estratégia Brasil 2050 está sendo construída com cinco objetivos principais: reduzir desigualdades sociais e regionais; enfrentar as mudanças climáticas; preparar o país para a transição demográfica; fomentar investimentos e garantir crescimento econômico; e promover sustentabilidade macroeconômica.
Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a proposta busca integrar os planos já existentes nos diferentes ministérios em um projeto coeso e orientado por indicadores e metas comuns. “O que a Estratégia agora tem que fazer, como um grande guarda-chuva, é acoplar todos esses planos e dar a eles uma única cara e apresentar quais são os indicadores e as metas para cada um”, explicou.
A formulação da estratégia teve início em 2024 e se baseia em análises técnicas e contribuições de diversos setores da sociedade. O documento irá orientar políticas públicas e investimentos estratégicos para as próximas décadas.
Evento reúne representantes de diversos setores e conta com apoio internacional
Os Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050 estão sendo realizados em várias capitais do país e contam com a participação de representantes do governo, do setor privado, da sociedade civil, da academia e de organismos internacionais.
Annette Killmer, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), reforçou o apoio da instituição ao projeto. “Para aproveitar uma analogia da ministra Tebet, que diz que a Estratégia 2050 vai servir de carta náutica, quero dizer que o BID está junto no mesmo barco”, declarou.
Os encontros presenciais continuarão até junho. Além disso, a população pode contribuir por meio da consulta pública “Que Brasil queremos nos próximos 25 anos?”, disponível no site oficial da Estratégia Brasil 2050.
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