Advogada expande negócios para defender direitos LGBTQIA+ na América Latina
Bruna Andrade, fundadora da Bicha da Justiça, mira mercados onde direitos básicos ainda enfrentam desafios, com foco na inclusão e diversidade
Beatriz Bevilaqua, 247 - A luta pela diversidade e pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ tem ganhado força e visibilidade nos últimos anos. No episódio desta semana do programa “Empreender Brasil”, na TV 247, recebemos Bruna Andrade, advogada especializada em Direitos Humanos e na defesa de pessoas LGBTQIA+, além de fundadora da Bicha da Justiça. A empresa atua com assessoria jurídica e educação para garantir representatividade, equidade e a proteção dos direitos dessa população.
A empreendedora Bruna tem grandes planos para o futuro da Bicha da Justiça. Seu objetivo é levar a iniciativa além das fronteiras brasileiras, alcançando mercados onde os direitos da população LGBTQIA+ estão ameaçados ou sequer reconhecidos. “Queremos ser uma referência global em apoio à comunidade, especialmente em lugares onde a luta por direitos básicos ainda enfrenta grandes desafios”, destacou.
O primeiro passo nessa expansão internacional será dado na América Latina. “Estamos mirando nosso primeiro mercado estrangeiro aqui mesmo no continente, onde há países com realidades semelhantes ou ainda mais adversas do que a do Brasil. Nossa ideia é atuar de forma estratégica para atender essas demandas específicas”, explicou.
Com essa visão ambiciosa, Bruna está determinada a transformar desafios em oportunidades e reforçar a luta por direitos e inclusão, não apenas no Brasil, mas em toda a região. Dois pontos são considerados indispensáveis para a sustentabilidade a longo prazo da empresa.
"O primeiro é o consumo consciente. Cada vez mais estaremos inseridos em bolhas, e essa é uma realidade. Não acredito em uma unificação de extremos", explicou. Para ela, o consumo dentro dessas bolhas reflete a conscientização dos grupos minoritários sobre a importância de priorizar empresas alinhadas com seus valores e perspectivas.
A fundadora destacou a complexidade das demandas humanas e sua conexão com os serviços oferecidos pela empresa. "Uma das demandas que temos aqui é a liberação de cirurgias para pessoas trans. Para que isso seja possível, a pessoa precisa ter um plano de saúde e estar em acompanhamento com uma equipe médica multidisciplinar. Sem esses requisitos, eu, como profissional jurídica, não consigo resolver o problema", explicou.
Ela enfatiza que o futuro do consumo exigirá uma visão mais ampla por parte dos empreendedores. "Será necessário entender quais serviços complementares podem viabilizar a aquisição ou utilização do produto ou serviço principal".
O grande objetivo da empresa, para os próximos dez anos, é se tornar um ecossistema que compreenda e atenda todas as necessidades da pessoa LGBTQIA+. “Queremos oferecer produtos e serviços completos, capazes de atender às demandas desse público de forma integrada", afirmou.
Ela destacou a importância de manter o foco em um modelo de negócio autossustentável. "A ideia é que esse ecossistema se retroalimente, pois tudo está interligado. O indivíduo é complexo e não pode ser compreendido apenas por um problema específico. Se não olharmos para todas essas conexões, deixamos de explorar as potencialidades que o modelo de negócio pode trazer", explicou.
A Bicha da Justiça também oferece soluções personalizadas para ajudar empresas a promover diversidade e inclusão de forma eficaz, atendendo às demandas específicas de cada negócio. Grandes marcas como Ambev, Nestlé, Votorantim, Mondelez, BASF e Unimed já apostaram nos serviços da empresa para fortalecer suas práticas inclusivas.
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