Brasil precisará de mais gás natural para garantir eletrificação, afirma executiva da Equinor

247 - Em meio ao avanço da eletrificação e à busca por fontes mais limpas de energia, o Brasil terá que aumentar o consumo de gás natural, ao menos até que soluções alternativas sejam plenamente viáveis. A análise é de Claudia Brun, vice-presidente de estratégia e desenvolvimento de negócios da Equinor, empresa norueguesa de energia. 

Em sua participação no evento promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) durante a Rio Climate Week, a executiva apontou que o aumento de carros elétricos, a chegada de data centers e o movimento de substituição de combustíveis fósseis nos processos produtivos irão pressionar ainda mais a rede elétrica do país.

Brun destacou que esse processo, caracterizado pela crescente demanda por eletricidade, tem sido denominado de "adição energética". A medida que o Brasil investe em fontes renováveis como a energia eólica e solar, cujos perfis de geração são intermitentes, a estabilidade da rede elétrica se torna um desafio crescente. Nesse cenário, o gás natural surge como uma solução rápida, capaz de atender à demanda até que o armazenamento de energia por meio de baterias se torne mais eficiente e acessível.

“Ao observarmos a chegada de muitos carros elétricos chineses ao Brasil, vemos uma verdadeira ‘mudança de jogo’, um fenômeno que não era esperado”, afirmou Claudia Brun, se referindo à recente expansão de veículos elétricos no mercado brasileiro.

Segundo a executiva, além da ampliação da frota de veículos elétricos, outros fatores também devem exigir mais da infraestrutura energética do país. A chegada de grandes data centers, que demandam altas quantidades de energia, e o esforço em substituir os combustíveis fósseis em diversas indústrias são pontos que irão, progressivamente, fazer com que a rede elétrica precise de maior capacidade.