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Saiba quem foi Eunice Paiva, retratada por Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui

Advogada e ativista dos direitos humanos enfrentou a ditadura militar após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva

Eunice Paiva e Rubens Paiva (Foto: Reprodução)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – A trajetória de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres no filme Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, é um dos retratos mais marcantes da resistência à ditadura militar no Brasil. Sua história, agora levada ao cinema, resgata a luta de uma mulher que enfrentou o regime após o desaparecimento forçado de seu marido, o engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva.

Eunice Paiva nasceu em 1932 e teve sua vida radicalmente alterada em 1971, quando agentes da ditadura militar invadiram sua casa e levaram seu marido, Rubens Paiva. Ele nunca mais retornou. Por décadas, a versão oficial omitiu os fatos, mas hoje se sabe que Rubens foi preso, torturado e assassinado pelo regime.

Com cinco filhos para criar, Eunice não se calou. Mesmo sob vigilância e ameaças, tornou-se advogada e passou a atuar na defesa de perseguidos políticos, consolidando-se como uma referência na luta pelos direitos humanos no Brasil.

A luta pelos desaparecidos e pela verdade

Nos anos 1970 e 1980, Eunice teve papel fundamental na busca por respostas sobre os desaparecidos políticos. Sua atuação foi essencial para pressionar o Estado a reconhecer os crimes cometidos pelo regime.

Ela também esteve envolvida na campanha pela redemocratização e participou da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, entidade ligada à Igreja Católica que denunciava as violações de direitos humanos.

Reconhecimento tardio e legado

O corpo de Rubens Paiva só teve sua morte oficialmente reconhecida em 2014, após investigações da Comissão Nacional da Verdade. O nome de Eunice Paiva permanece como símbolo da luta por justiça e pelo direito à memória.

No cinema, sua história ganha uma nova dimensão com a interpretação de Fernanda Torres, que dá vida a essa mulher marcada pela dor, mas também pela coragem. O filme, dirigido por Walter Salles e baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho caçula de Eunice e Rubens, resgata um dos episódios mais trágicos da ditadura, dando visibilidade a uma história que não pode ser esquecida. A consagração veio com o Oscar, nesta madrugada.

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