Nando Reis fala sobre sua luta contra o alcoolismo e defende que a dependência seja tratada sem preconceito
O ex-Titã relatou que, durante muitos anos, se apresentou em situações “lastimáveis”
247 - Durante participação no programa Sem Censura, da TV Brasil, o cantor e compositor Nando Reis abriu o coração sobre a luta contra o alcoolismo. Aos 62 anos e há quase nove em abstinência, o artista falou com franqueza sobre os impactos da doença em sua vida pessoal e profissional, e criticou a forma como a sociedade encara o problema.
“Não tem política pública para isso. O alcoolismo, que é a doença que eu sofro, é estigmatizada, tem preconceito, falta de informação. Eu, com quase 9 anos de sobriedade, me sinto seguro para tratar disso”, disse Nando, destacando a invisibilidade do tema nos debates públicos.
O ex-Titã relatou que, durante muitos anos, se apresentou em situações “lastimáveis” por conta da dependência alcoólica, o que contribuiu para que ele próprio fosse julgado. “Eu sou uma figura pública, já me apresentei em inúmeras situações em estado lastimável e fiquei estigmatizado também. Sou membro do Alcoólicos Anônimos e tenho falado sobre isso, escrevi músicas sobre isso”, contou.
Nando afirma que enfrentou um longo período de negação antes de reconhecer que precisava de ajuda. “É um negócio difícil pra caramba. Sofri muito e fiz sofrer, não quero pra ninguém”, desabafou. Segundo ele, encarar a doença de frente foi o caminho para a transformação: “Melhor coisa é enfrentar e falar”.
Com o objetivo de conscientizar outras pessoas, ele tem usado sua visibilidade para combater o preconceito e incentivar quem enfrenta o mesmo desafio. “Eu falo: 'Ó, eu consegui. É uma barra pesada, você não tem que ter vergonha. Você não é vagabundo, não é falta de força de vontade. É uma doença como qualquer outra, como diabetes. O outro não pode comer chocolate e você não pode beber'.”
Para Nando, a glamourização do álcool na cultura e na mídia é um obstáculo a mais. “Eu digo porque eu glamourizei, fiquei anos assim”, reconheceu, ao apontar que a romantização do consumo torna ainda mais difícil o processo de conscientização.
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