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“Ele estava cheio de planos”, diz irmão de Lô Borges sobre os últimos dias do músico

Yé Borges contou que o artista atravessava uma fase criativa intensa e planejava lançar quatro discos antes da internação

Lô Borges (Foto: Divulgação)

247 - O corpo de Lô Borges, um dos nomes mais emblemáticos da música brasileira e cofundador do movimento Clube da Esquina, foi velado na manhã desta terça-feira (4) no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

O músico mineiro morreu aos 73 anos, após 18 dias internado em decorrência de uma intoxicação medicamentosa. A cerimônia de despedida reuniu familiares, amigos e admiradores que prestaram as últimas homenagens ao artista. As informações são da colunista Fábia Oliveira.

Entre os presentes, o irmão do cantor, Yé Borges, falou emocionado sobre os últimos dias de Lô e revelou que o artista vivia um período fértil de criação. Segundo ele, o músico mantinha uma série de compromissos e planejava novos trabalhos.

“Foram dias muito difíceis. Ele estava surpreso e não esperava a situação em que ele se encontrava, foi uma decepção muito grande. A agenda dele estava lotada até o dia 31! Ele tinha muitos sonhos, faria um show com Zeca Baleiro… Mas deve estar compondo onde ele está agora”, disse Yé.

O irmão contou ainda que Lô Borges pretendia lançar quatro discos e que sua rotina estava tomada por projetos musicais.

“Ele estava cheio de planos e sonhos. O Lô compunha compulsivamente. Está sendo muito doloroso, mas o que conforta é observar o quanto repercutiu a partida dele, isso nos conforta”, declarou.

Yé também relembrou a convivência próxima que mantinha com o irmão e o impacto da perda para a família.

“Eu sou o irmão que conviveu mais tempo com o Lô: a gente dividiu até a cama! A família inteira está muito sensibilizada, foi uma coisa muito repentina”, afirmou, emocionado.

Em meio ao luto, ele destacou não apenas o legado artístico de Lô Borges, mas também sua presença afetiva no dia a dia.

“O Brasil perdeu um de seus maiores compositores, mas eu perdi um irmão. Nós jogávamos futebol, e para a família perdemos aquela pessoa que estava sempre de bom humor. O Tom Jobim falava que ele era genial, então, não é só uma coisa que a família diz”, completou.

Considerado um dos grandes nomes da MPB, Lô Borges deixa uma obra marcada por sensibilidade e inovação.

Compositor, cantor e instrumentista, o artista eternizou parcerias com Milton Nascimento e marcou gerações com clássicos do Clube da Esquina, um dos movimentos mais importantes da história da música brasileira.

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