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Pagamento por foto da íris atrai meio milhão de brasileiros

Projeto de biometria avança em áreas de baixa renda e enfrenta restrições legais por interferir na liberdade de escolha

(Foto: Divulgação )
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247 - A promessa de receber cerca de R$ 600 em criptomoedas pelo escaneamento da íris atraiu mais de 400 mil brasileiros apenas na cidade de São Paulo. O projeto World, que utiliza a íris humana como uma espécie de "impressão digital" avançada, teve um crescimento exponencial desde novembro de 2023, mas agora enfrenta um obstáculo legal. Na última sexta-feira (24), a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu a remuneração de novos participantes, alegando que o pagamento pode comprometer a liberdade de escolha, especialmente em populações mais vulneráveis.

A iniciativa é liderada pela Tools for Humanity, com participação de Sam Altman, da OpenAI. Segundo informações do G1, o projeto, inicialmente concentrado em bairros nobres de São Paulo, como Itaim Bibi e Jardins, expandiu-se rapidamente para regiões de renda mais baixa, como Brasilândia, Cidade Dutra e Cidade Líder, atraindo uma multidão interessada na compensação financeira.

A ANPD justificou sua decisão com base na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), argumentando que a remuneração oferecida poderia interferir na livre manifestação de vontade dos indivíduos, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade econômica. "Essa interferência pode acontecer especialmente em casos nos quais potencial vulnerabilidade e hipossuficiência tornem ainda maior o peso do pagamento oferecido", destacou a agência.

Crescimento impulsionado por redes sociais

A rápida adesão ao projeto foi amplamente impulsionada pelo boca a boca e por postagens nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde usuários divulgaram a chamada "venda de uma foto da íris". Em apenas alguns meses, a contagem de participantes saltou de 115 mil para mais de 400 mil, segundo dados divulgados pela World antes da decisão da ANPD.

Mesmo com a proibição de pagamentos, a empresa reafirmou seu compromisso com as normas brasileiras. Em comunicado, declarou que "está em conformidade com todas as leis e regulamentos do Brasil" e criticou a disseminação de informações imprecisas que teriam levado à decisão da ANPD.

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