Conselho Mundial da Paz condena imperialismo dos EUA e defende soberania dos povos das Américas e do Caribe
Reunião em Salvador reforça apoio à Palestina, denuncia ações dos EUA e da OTAN e propõe campanha por uma América Latina como zona de paz
247 - Reunidos nos dias 16 e 17 de junho de 2025, em Salvador (BA), representantes de organizações das Américas e do Caribe participaram da Reunião Regional do Conselho Mundial da Paz (CMP), com o objetivo de traçar estratégias diante das crescentes ameaças à soberania, à autodeterminação dos povos e à paz mundial. Segundo comunicado oficial do encontro, publicado pelo Cebrapaz, o principal foco do debate foi a defesa da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, frente ao avanço de políticas militaristas e intervencionistas.
O encontro contou com a presença de representantes de diversos países, lideranças políticas e autoridades brasileiras e baianas. A coordenação ficou a cargo de Victor F. Gaute López, do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, e de dirigentes do CMP, como Iraklis Tsavdaridis, José Reinaldo Carvalho e Socorro Gomes. Durante os dois dias, os participantes discutiram as ameaças da crescente ofensiva das oligarquias, da extrema direita, do neofascismo e da militarização dos Estados Unidos na região.
No documento final, o CMP denunciou o papel dos EUA e da OTAN como agentes de desestabilização global. O texto critica duramente a manutenção da base militar de Guantánamo em Cuba, a política migratória de Donald Trump e as ações contra a soberania de países como Venezuela, Irã e Palestina. “A Palestina é um exemplo evidente da política criminosa, genocida e de limpeza étnica do regime sionista e do imperialismo”, afirma o comunicado.
A reunião também expressou solidariedade aos povos indígenas, comunidades afrodescendentes e nações sob ocupação colonial nas Américas, além de condenar a repressão ao povo argentino sob o governo de Javier Milei e exigir o fim das sanções unilaterais impostas a Cuba, Venezuela e Nicarágua. Os participantes defenderam o fortalecimento do CMP e a ampliação da mobilização popular em defesa da paz e da justiça social.
Outra frente de atuação discutida foi a batalha comunicacional contra as narrativas hegemônicas difundidas por grandes meios de comunicação. O Conselho propôs o uso de plataformas digitais para ampliar a visibilidade de suas causas e denunciou o silenciamento das lutas populares pelo Ocidente. “Devemos redobrar esforços para gerar maior impacto na opinião pública e apontar os responsáveis pelos crimes de lesa-humanidade que ocorrem diariamente”, conclui o documento.
Ao final, o CMP aprovou uma série de ações, entre elas a convocação de mobilizações em 21 de setembro, o apoio ao Dia Internacional contra o Terrorismo, celebrado pelo CARICOM em 6 de outubro, e o compromisso com a campanha internacional por uma América Latina e Caribe como Zona de Paz, estendendo o engajamento a sindicatos, movimentos estudantis, organizações indígenas e camponesas.
Leia na íntegra o comunicado oficial do encontro.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: