Petrobras investe em transição energética e reduz 40% das emissões de CO₂ desde 2015
Relatório de Sustentabilidade detalha ações da estatal em descarbonização, inclusão social e geração de 315 mil empregos até 2029
247 - A Petrobras divulgou, nesta segunda-feira (16), seu Relatório de Sustentabilidade 2024, com os principais avanços da companhia na agenda de transição energética e responsabilidade socioambiental. De acordo com a publicação, a empresa prevê investir US$ 16,3 bilhões em projetos de baixo carbono até 2029 e já reduziu em 40% suas emissões absolutas de CO₂ equivalente em relação aos níveis de 2015. A informação foi publicada pela Agência Gov, com base em dados da própria Petrobras.
Entre os destaques do relatório, estão também a geração de 315 mil empregos estimados ao longo dos próximos cinco anos, a distribuição de R$ 379,4 bilhões em tributos e participações à sociedade em 2024 e o avanço de iniciativas de inclusão produtiva. “O compromisso com uma Transição Energética Justa se reflete em ações concretas que vão além da descarbonização, como a qualificação profissional e o incentivo ao desenvolvimento local”, aponta o documento.
Na área de energias limpas, a Petrobras deu sequência a projetos de biocombustíveis. Entre eles, está a construção de duas plantas dedicadas de biorefino, que produzirão querosene sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável. As unidades serão instaladas na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), e no Complexo de Energias Boaventura, com capacidade total de 34 mil barris por dia. O início das operações está previsto para depois de 2029. Também está em estudo uma planta na Refinaria de Paulínia (REPLAN), com capacidade de 10 mil bpd, utilizando etanol via rota Alcohol-to-Jet.
Combustíveis e parcerias internacionais
A estatal também avançou em testes de combustíveis marítimos de menor emissão. Três testes de campo com biodiesel B24 apontaram redução de até 20% das emissões de gases de efeito estufa em comparação ao bunker tradicional. A certificação internacional obtida pela empresa credencia a comercialização do VLS B24 já em 2025. No porto de Santos, também passou a ser comercializado gasóleo marítimo com baixo teor de enxofre, atendendo a padrões mais rígidos que os exigidos pela regulação.
No campo da cooperação global, a Petrobras destacou sua participação na Oil and Gas Climate Initiative (OGCI), coalizão formada por 13 das maiores companhias de energia do mundo. O compromisso firmado no âmbito da iniciativa é alcançar emissões operacionais líquidas zero, em linha com as metas do Acordo de Paris. Desde 2017, os membros da OGCI já reduziram as emissões de metano em 55% e a intensidade de carbono em 21%.
Créditos de carbono e preservação florestal
Como medida complementar à descarbonização, a Petrobras comprou 270 mil créditos de carbono do projeto REDD+ Envira Amazônia, certificados pelos padrões VCS e CCB com nível ouro. Esses créditos foram utilizados para compensar as emissões da nova gasolina Podium Carbono Neutro. Em relação às emissões diretas de metano no upstream (exploração e produção), a estatal afirma ter alcançado uma redução de 69% desde 2015, com metas de atingir Near Zero Methane até 2030 e Net Zero até 2050.
Outro ponto de destaque é o investimento em conservação ambiental. Em 2024, 25 projetos do Programa Petrobras Socioambiental atuaram na recuperação ou preservação de mais de 535 mil hectares nos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Cerrado. Segundo estimativas da companhia, as ações resultaram em um benefício climático líquido de 3 milhões de toneladas de CO₂ equivalente evitadas ou removidas da atmosfera. No âmbito do programa Floresta Viva, a Petrobras investiu R$ 49,1 milhões.
Impacto social e inclusão produtiva
Com o Programa Petrobras Autonomia e Renda, a empresa deu início à formação de 1.065 alunos em sete estados brasileiros. Os dados mostram um recorte de diversidade: 72% dos alunos são pretos e pardos, 60% são mulheres e 4% têm deficiência. “Esse investimento é parte do compromisso da Petrobras com a inclusão social e a geração de renda qualificada”, destaca o relatório. Os alunos são orientados a se cadastrar no SINE ou em Postos de Atendimento ao Trabalhador, e fornecedores da Petrobras são incentivados a contratar essa mão de obra.
A estatal estima que os investimentos de 2024 no segmento de Exploração e Produção (E&P), que somaram US$ 13,91 bilhões, sustentaram 145 mil empregos no Brasil, direta e indiretamente, por meio da cadeia de suprimentos. As iniciativas previstas no Plano Estratégico 2025-2029 devem ampliar esses impactos, com geração de 315 mil empregos até o fim do período.
O Relatório de Sustentabilidade 2024 reforça, segundo a Petrobras, o alinhamento da empresa às diretrizes de responsabilidade climática, desenvolvimento social e geração de valor para o país — pilares da chamada Transição Energética Justa.
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