Marina Silva recebe prêmio internacional por liderança em sustentabilidade
Ministra do Meio Ambiente destacou redução do desmatamento, financiamento climático e desafios da COP30 durante evento na Índia
247 - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi reconhecida nesta quarta-feira (5) em Nova Delhi, na Índia, com o Prêmio de Liderança para o Desenvolvimento Sustentável. A honraria, concedida desde 2005 pelo Instituto de Energia e Recursos (TERI), destaca líderes globais por contribuições notáveis à agenda ambiental e climática. Em seu discurso na cerimônia, que ocorreu durante a abertura da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSDS), Marina ressaltou que o prêmio não representa apenas um reconhecimento individual, mas também a relevância do Brasil na pauta ambiental.
“Ao receber esse prêmio, compreendo que não é apenas um reconhecimento por meu trabalho individual, mas sim um testemunho da importância do papel do Brasil na agenda ambiental e climática”, afirmou a ministra. Durante sua fala, ela mencionou a redução de 46% no desmatamento da Amazônia em 2024, comparado a 2022, atingindo o menor índice dos últimos nove anos. Destacou ainda a criação do Mecanismo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), voltado a ampliar fluxos financeiros para a preservação ambiental e a remuneração dos serviços ecossistêmicos. Segundo Marina, o mecanismo deve estar em operação até a COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém.
Outro ponto central do discurso foi a importância do financiamento climático. Marina ressaltou o papel do Brasil na presidência do G20 ao promover diálogos entre ministros de Finanças, Meio Ambiente e Bancos Centrais, resultando na criação da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP). Além disso, mencionou a nova meta climática do Brasil no Acordo de Paris, apresentada na COP29, que prevê a redução entre 59% e 67% das emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, com base nos níveis de 2005.
A ministra enfatizou ainda os desafios para a COP30, defendendo que a conferência precisa ser um marco na implementação de ações concretas. “Precisa ser a COP da aceleração da implementação, garantindo que os compromissos assumidos em Dubai e Baku se traduzam em ações concretas”, disse. Para ela, é essencial avançar na transição energética, no combate ao desmatamento e na ampliação dos investimentos climáticos. “Precisamos avançar na transição para o fim dos combustíveis fósseis, para o fim do desmatamento, bem como ampliar o financiamento climático para US$ 1,3 trilhão anuais, partindo do montante de US$ 300 bilhões prometidos pelos países desenvolvidos”, ressaltou.
O prêmio também foi concedido ao vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo. Entre os homenageados de edições anteriores estão Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da ONU; Yukio Hatoyama, ex-primeiro-ministro do Japão; e Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.
A participação de Marina na cúpula incluiu ainda reuniões bilaterais com autoridades como Muaviyath Mohamed, ministro de Turismo e Meio Ambiente das Maldivas, e Bhupender Yadav, ministro do Meio Ambiente, Floresta e Mudança do Clima da Índia. Durante os encontros, foram discutidos temas como a agenda da COP30 e a construção do Balanço Ético Global (BEG), uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do secretário-geral da ONU, António Guterres, para promover diálogos regionais e engajar diferentes setores da sociedade na luta contra a crise climática.
Outro tema debatido foi o fortalecimento dos BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a presidência do grupo sob responsabilidade brasileira em 2025, Brasília sediará, em abril, um encontro de ministros do Meio Ambiente para avançar nas discussões sobre desenvolvimento sustentável.
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