Fundo Amazônia aprova R$ 1,189 bilhão no primeiro semestre e bate recorde histórico de investimentos
Valor aprovado em 2025 supera anos anteriores, consolida retomada da política ambiental e amplia apoio a projetos estruturantes e inclusivos na região
247 - O Fundo Amazônia alcançou em 2025 o melhor desempenho semestral de sua história, com R$ 1,189 bilhão em recursos aprovados para projetos de conservação e desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal. A informação foi divulgada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do Fundo, antes da 33ª reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA), realizada nesta segunda-feira (16), em Brasília. Segundo o BNDES, o volume supera todo o valor aprovado em 2024 e é o dobro do registrado em 2023, ano em que o Fundo foi reativado após quatro anos de paralisação.
De acordo com o balanço apresentado, os números indicam também um recorde anual, já que o valor aprovado em 2025 ultrapassa, mesmo com correção inflacionária, os montantes de todos os anos anteriores desde a criação do Fundo, em 2009. A reunião contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; da diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello; do secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco; representantes dos nove estados da Amazônia Legal, de oito ministérios, da sociedade civil e de países doadores.
“Os resultados recorde obtidos pelo Fundo Amazônia são a confirmação de que o governo do presidente Lula implementa uma política séria e eficiente de prevenção e combate ao desmatamento, que combina fortalecimento da agenda de comando e controle, pesquisa científica e incentivos econômicos que valorizam a manutenção da floresta em pé e promovem seu uso sustentável”, declarou Marina Silva.
O desempenho de 2025 foi impulsionado especialmente pela aprovação do projeto FORTFISC, que destina R$ 825 milhões ao fortalecimento da fiscalização ambiental do Ibama. Trata-se do maior investimento já feito em um único projeto do Fundo, voltado à modernização de sistemas, aquisição de equipamentos e ações estratégicas para o combate ao desmatamento ilegal.
Outros R$ 360 milhões foram aprovados para projetos que promovem o acesso à água, inclusão produtiva e social, saúde indígena e educação ambiental. Entre os destaques estão o Amazônia na Escola, que leva alimentos da agricultura familiar a escolas públicas, e o Restaura Amazônia, voltado à recuperação de vegetação nativa no chamado Arco do Desmatamento.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os números refletem uma nova fase na atuação do Fundo: “Estamos estruturando iniciativas que fortalecem políticas públicas e apoiam diretamente quem está na linha de frente do combate ao desmatamento e da proteção ambiental. O Fundo Amazônia é hoje um pilar fundamental da política ambiental brasileira e prova que é possível conciliar governança, escala e ação concreta”.
Segundo dados do BNDES, de 2009 até junho de 2025, o Fundo aprovou R$ 5,6 bilhões e desembolsou R$ 2,7 bilhões. Somente no primeiro semestre deste ano, os desembolsos chegaram a R$ 158 milhões – valor três vezes maior que o total de 2023. Os recursos têm sido aplicados em projetos com forte capilaridade e diversidade temática, beneficiando comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares.
“O Fundo Amazônia alcança agora uma nova escala de atuação, com ampliação da capacidade de transformar a realidade da região. O volume recorde de aprovações neste semestre é resultado direto da retomada da política ambiental liderada pelo governo federal”, afirmou o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco. “Estamos conseguindo fazer com que os recursos cheguem a quem mais precisa, nas áreas mais pressionadas, e com foco nas soluções estruturantes, especialmente para enfrentar um novo desafio que se impõe: os incêndios florestais”, completou.
A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou a relevância do equilíbrio entre projetos estruturantes e ações de comando e controle: “O incentivo às atividades sustentáveis promove melhorias significativas na qualidade de vida das pessoas que mantêm a floresta em pé e contribui para o desenvolvimento de uma economia cooperativa e sustentável. Já as ações de fiscalização são fundamentais para conter o desmatamento e os crimes conexos”.
A atuação do Fundo se dá por meio de chamadas públicas e editais temáticos. Apenas o projeto Dabucury, voltado à gestão ambiental indígena, apoiou 28 instituições indígenas nos nove estados da Amazônia Legal. Os recursos do Restaura Amazônia foram direcionados a terras indígenas, áreas de conservação e assentamentos, evidenciando o esforço de descentralização e priorização dos territórios mais vulneráveis.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia é um mecanismo de captação nacional e internacional de recursos para ações de combate ao desmatamento e promoção do uso sustentável da floresta. O BNDES é responsável pela gestão dos recursos e pela contratação dos projetos, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e de acordo com diretrizes definidas pelo COFA, em consonância com o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e a Estratégia Nacional para REDD+.
Com o novo ritmo de aprovações e desembolsos, o Fundo Amazônia se consolida como instrumento central da política climática brasileira, associando desenvolvimento sustentável, justiça ambiental e proteção da maior floresta tropical do planeta.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: