BNDES e Ministério das Cidades projetam expansão de 2.500 km no transporte coletivo

247 - O transporte coletivo urbano no Brasil pode ganhar um salto estrutural nas próximas décadas. Segundo reportagem da Agência BNDES de Notícias, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério das Cidades projetam a expansão em cerca de 2.500 quilômetros da rede de transporte público de média e alta capacidade (TPC-MAC) até 2054. A estimativa faz parte do Boletim Informativo nº 4 do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), que identificou oportunidades para implantação de novos trechos de metrôs, trens urbanos, veículos leves sobre trilhos (VLT), bus rapid transit (BRT) e corredores exclusivos de ônibus em 21 das maiores regiões metropolitanas brasileiras.

Atualmente, essas regiões contam com uma malha de 2.007 km. Com os projetos previstos, o Brasil teria um crescimento significativo na infraestrutura de mobilidade urbana. O levantamento prevê a criação de 323 km de metrô, 96 km de trens urbanos, 1.930 km de sistemas BRT, VLT ou monotrilho, além de 157 km de corredores de ônibus. As áreas contempladas estão distribuídas nas cinco regiões do país, incluindo capitais e centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Manaus.

Os dados são resultado da análise de 400 planos e projetos reunidos na edição anterior do boletim, divulgada em março. Desses, cerca de 200 projetos foram avaliados como viáveis para a ampliação do transporte coletivo de maior capacidade, com potencial para atender à crescente demanda populacional nas próximas três décadas.

Para o ministro das Cidades, Jader Filho, o estudo contribui diretamente para políticas públicas mais eficazes: “Estamos fortalecendo o planejamento urbano com base em dados concretos, que nos permitem identificar prioridades e orientar ações de médio e longo prazo. Nosso foco, com a mobilidade urbana, é tornar o transporte coletivo mais eficiente, dinâmico e sustentável, assegurando qualidade de vida à população. Reduzir o tempo de deslocamento, com conforto e segurança, transforma a forma como as pessoas vivem, acessam oportunidades e se relacionam com as cidades.”

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também ressaltou o impacto social da proposta: “O investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente das populações mais carentes. Além disso, contribui para o aumento da produtividade e a dinamização da economia nas grandes cidades.”

Além da expansão física da malha, o estudo aponta um aumento significativo na cobertura da população pelo transporte público. Caso as Redes Futuras propostas sejam implementadas, mais de 80% das regiões metropolitanas atingiriam 30% da população morando a até 1 km de estações de TPC-MAC. Destaque para regiões como Baixada Santista, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, onde esse índice superaria os 40%. Atualmente, a média geral de cobertura é de apenas 13%.

A próxima etapa do estudo, prevista para ocorrer entre junho e agosto, será a publicação do Boletim Informativo nº 5, com o foco na criação de um Banco de Projetos. Nessa fase, serão detalhadas as estimativas de investimentos, custos, receitas, benefícios e análises econômicas preliminares, oferecendo uma base sólida para que governos locais e regionais possam planejar e priorizar os investimentos em mobilidade urbana com maior eficiência e transparência.