Não basta prender. Não basta cassar
Periga ganhar mais apoiadores
Não vejo motivo para comemorar a condenação de Jair Messias Bolsonaro. Não que ele não mereça ser condenado e preso. É que isso ainda é pouco.
Enquanto estiver preso, sabe-se lá por quanto tempo, continuará a ser cultuado por seus fanáticos seguidores, que vão insistir em mantê-lo relevante. Será transformado em símbolo de perseguição política. Seu nome continuará em evidência. Ele seguirá influente. Seus aliados irão visitá-lo na prisão. Vai indicar nomes para disputar eleições. Periga ganhar mais apoiadores estando preso.
Enquanto isso, seus filhos e parentes continuarão sendo eleitos para cargos públicos em cima de seu sobrenome. E seremos atazanados (como escreve hoje o Estadão) pelas infames campanhas por sua anistia, no Congresso e nas ruas. Não teremos paz. Preso ou solto, elegível ou inelegível, tanto faz: se permanecer no Brasil, a polarização será cada vez mais intensa.
Sei que não há leis de ostracismo nem de desterro entre nós, mas o ideal seria cassar sua cidadania, expulsá-lo do país e impedi-lo de retornar, ele e todo o clã, tal como ocorreu com a família de Dom Pedro II quando foi proclamada a República ou com a família Bonaparte quando Napoleão perdeu a última batalha.
O ideal seria banir o sobrenome Bolsonaro. Apagá-lo para sempre da história do Brasil.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.