Com Adélio, a justiça e a verdade estão presas e sufocadas!

Caríssimo jornalista Joaquim de Carvalho,

Manifesto-me por mim, mas penso que todo o Brasil deveria lhe imputar profunda gratidão pelo seu trabalho dedicado à investigação dos crimes que agridem nossa Pátria e à humanidade de Adélio Bispo de Oliveira, meu caro jornalista Joaquim.

A conjuntura conflitiva e nebulosa de 2018, com a Lava Jato em conluio com a mídia canalha e putrefata neoliberal — verdadeiras indústrias da mentira em alta escala —, com o presidente Lula preso, propiciou que aventureiros historicamente produzidos pelo fascismo exibissem seus projetos para fora dos esgotos.

Por um lado, o réu Jair Bolsonaro e sua gangue precisavam industrializar uma fake news catalisadora da emoção popular, que servisse aos apetites sanguinários dos interesses internacionais. Por outro, era necessária a criação perversa de um “assassino”. Ainda que não exatamente igual, o teatro de horror parece uma imitação do caso Getúlio em relação a Gregório Fortunato e o atentado contra Carlos Lacerda, com o assassinato do major Rubens Vaz, tamanha a desgraça causada ao nosso país.

Quanto ao réu inelegível, que a justiça lhe seja pesada e implacável, em compaixão ao povo brasileiro, vítima de toda essa aventura do crime organizado e do fascismo.

Já Adélio pode ser definido como um lúmpenproletário que, como a maioria das pessoas iludidas e sem consciência de classe, foi usado pelo fascismo, pelos criminosos milicianos e pelo complexo da rapina golpista.

Ainda que muito maior do que as escumalhas — o réu chefe do golpe e o lúmpenproletário — o Brasil encontra-se esgualepado, maltratado cruel e desumanamente, como bem demonstram suas investigações. Enquanto isso, Adélio se revolve em sofrimento e mudez.

Sim, o nosso país foi, e ainda é, vítima brutal daquilo que ocorreu em Juiz de Fora em 2018 e, sobretudo, está trancafiado com Adélio em uma prisão de segurança máxima no Mato Grosso do Sul.

Principalmente na sua última reportagem, caro jornalista Joaquim, dói saber que um pobre negro — ainda que lúmpenproletário capturado pela direita bandida e desonesta —, vítima da mentira em grande escala, permanece silenciado, com uma rolha enfiada na boca e na alma, amedrontado por ameaças, pela falta de higiene e pelo esmagamento na solidão. Ele esconde e sufoca a justiça e a verdade, mantendo na escuridão a causa que empurrou a sociedade brasileira ao precipício de eleições movidas a ódio, traição à Pátria e tirania, o que redundou em genocídio e, depois, numa intentona golpista.

A situação da prisão de Adélio Bispo de Oliveira clama por justiça. Na verdade, ele também é vítima das mentiras, das promessas de uma vida “melhor” e de culpas atribuídas sem investigação.

Sobretudo, com Adélio, prenderam a justiça e, sem ela, rola ao esgoto a dignidade humana — a dele e a do povo brasileiro. Com o lúmpenproletário preso e silenciado a ferro e fogo no MS, triunfa a mentira sobre os fatos de 2018 e suas terríveis consequências, que acorrentam o Brasil ao fundo do presídio. E não são poucas as desgraças consequentes.

Estranha-me profundamente que instituições e setores sociais se calem diante da destruição de Adélio e, com ele, da justiça e da verdade.

1.  Os advogados Alfredo Marques e Edna Maria Teixeira, que cuidam da situação jurídica da família de Adélio, entrevistados em meu canal no YouTube pela Profª Daniele Barbosa Bezerra e por mim no dia 27/02/2025, relataram o sofrimento emocional da irmã dele e de outros familiares, que são peremptoriamente proibidos de conversar com ele e não têm o direito legal de serem curadores deste brasileiro injustiçado. Perguntados se alguém do governo federal demonstrou interesse pelo caso, contaram que buscaram o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, mas não encontraram acolhimento. Pelo contrário, foram atendidos formalmente com clara má vontade e desinteresse.
2.  Ora, se toda a pendenga da “facada no coração do Brasil” (como titulou o jornalista Joaquim de Carvalho uma de suas reportagens) pavimenta o caso com dúvidas, indícios de crimes, mentiras e gambiarras que golpearam o Brasil e sua democracia burguesa, por que o Ministério da Justiça e Cidadania não se envolve nesse caso? Se Adélio e sua família sofrem dores profundas por serem silenciados e marginalizados, isso é desumanamente injusto e cruel.
3.  Por que a PGR não toma esse caso em suas mãos? Afinal, o grito por justiça é ensurdecedor.
4.  Por que a mídia patronal e colonizada não investiga tanto a situação prisional de Adélio quanto o caso da “facada”? Esse evento engendrou uma eleição com graves consequências econômicas, políticas e sociais para o nosso país. É conivência e cumplicidade com os dois campos — o silêncio desumano imposto a Adélio e a farsa de Juiz de Fora, que catapultou marginais à criação da ABIN paralela?
5.  Por que os partidos do campo nacional, democrático e progressista não abraçam ambos os casos e não os levam às ruas e ao Congresso Nacional?
6.  Por que a OAB e a ABI não ombreiam essas causas?

Por que tanto silêncio e omissão diante da desumanidade causada pela injustiça e pela mentira?

Reitero a gratidão ao seu trabalho jornalístico investigativo, caríssimo jornalista Joaquim de Carvalho.