2026 começou. E de um bom jeito para as forças populares
A luta do nosso tempo é contra a desigualdade social, por distribuição de renda, fim dos privilégios de empresários, militares e juízes e pelo fim da escala 6x1
Por Hugo Fanton e Raimundo Bonfim
Hugo Motta e o Congresso Nacional, no afã de derrotar o governo e demonstrar força política, acabaram abrindo uma oportunidade para as forças democrático-populares retomarem a iniciativa política. Após dois anos e meio de hesitação, com um governo sob constante pressão da direita no parlamento, a abertura da corrida eleitoral por Motta recebeu de Lula e Fernando Haddad a resposta que ansiávamos: vamos à luta por uma agenda redistributiva, de justiça tributária e social.
A fórmula da paz lulista que vigorou nos primeiros governos petistas perdeu efetividade após o rompimento, pelo capital, com o pacto de 1988 no processo de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Desde então, as classes dominantes brasileiras, sustentadas por uma coalizão que envolve o chamado "centrão" no Congresso e o neofascismo, disputam avidamente cada centavo do orçamento, e se mostram dispostas a mudar o regime político para sustentar a apropriação privilegiada dos recursos públicos. Disposto a conciliar, o governo não conseguiu em nenhum momento sair das cordas, mesmo com o país crescendo a 3% ao ano, aumento do emprego e renda, inflação controlada e diminuição da pobreza.
Mas o passo adiante de Motta pode ter se tornado um passo em falso, por explicitar como agem a direita e o fascismo: querem se mostrar populares, mas são a linha de frente dos privilegiados do país, e estão dispostos a tudo para manter o Brasil como campeão da desigualdade. Frente a isso, temos de aproveitar o momento para retomar a dianteira no debate público, com um discurso já delineado por Lula e Haddad: taxação BBB - Bilionários, Bancos e Bets, com taxação dos cerca de 140 mil super-ricos, das apostas online, e ao mesmo tempo isenção de Imposto de Renda para classes populares e trabalhadora. A luta política do nosso tempo é contra a desigualdade social, por distribuição de renda, fim dos privilégios de empresários, militares e juízes e pelo fim da escala 6x1.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.