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Em meio à crise na Argentina, Burger King vai fechar operações no país

Grupo mexicano Alsea coloca à venda 118 unidades da rede no país

Em meio à crise na Argentina, Burger King vai fechar operações no país (Foto: Divulgação)

247 - Enquanto o Brasil tem atraído investimentos e abrindo mais de 400 novos mercandos no mundo, a Argentina de Javier Milei afunda em uma crise econômica. O grupo mexicano Alsea, um dos maiores operadores de redes de alimentação na América Latina, decidiu vender sua operação do Burger King na Argentina, segundo informações do jornal La Nación. A decisão faz parte de um processo mais amplo de desinvestimento regional, que inclui também os negócios do Burger King no Chile e no México.

A operação de venda está sendo conduzida pelo banco BBVA, que já iniciou sondagens junto a fundos de investimento, grupos locais do setor alimentício e operadores internacionais de fast food. No ano passado, a Alsea seguiu caminho semelhante na Europa, vendendo a operação espanhola do Burger King ao fundo inglês Cinven.

Apesar da decisão, a Alsea não deixará totalmente o mercado argentino. O grupo seguirá no país administrando as lojas da Starbucks, outra marca global sob sua gestão. Em nota enviada ao La Nación, a empresa mexicana declarou: “A companhia não faz comentários sobre rumores ou especulações de mercado. Toda comunicação oficial é realizada exclusivamente por meio de nossos canais institucionais.”

Fundada em 1954, a Burger King é a segunda maior rede de hambúrgueres do mundo, com mais de 17 mil unidades em mais de 100 países. Na Argentina, a rede chegou em 1989 e atualmente conta com 118 lojas espalhadas por Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santa Fe, Tucumán e outras províncias.

Nos últimos anos, no entanto, o setor de fast food argentino tem sofrido com queda no consumo, margens de lucro apertadas e forte concorrência. Além da histórica liderança do McDonald’s, a rede local Mostaza conseguiu se consolidar como uma alternativa nacional.

A pressão sobre o Burger King também veio do crescimento das hamburguerias artesanais e da entrada de novas redes de frango frito no mercado. “A categoria de hambúrgueres se 'comoditizou', e o que antes eram atributos de qualidade ou sabor hoje já não é suficiente diante de concorrentes que inovam com cardápios mais amplos, delivery hiperativo e promoções agressivas”, avaliou um consultor ouvido pelo La Nación.

Entre os grupos interessados em adquirir a operação estão a DGSA, proprietária das pizzarias Kentucky e das marcas Sbarro e Chicken Chill, e o fundo Inverlat, que já atua no setor com as licenças da Wendy’s e do KFC. Outro potencial candidato é o grupo equatoriano Int Food, que ingressou no ramo em 2018 justamente com a compra de operações da Wendy’s e da KFC.

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