Consumo de vinho brasileiro cresce e impulsiona pequenas vinícolas e o enoturismo no país

247 - O consumo de vinho brasileiro vive um bom momento e tem favorecido não apenas a cadeia produtiva, mas também o enoturismo e os pequenos produtores. De acordo com pesquisa do Instituto MDA, encomendada pelo Sebrae em parceria com o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis), 70% dos entrevistados disseram ter consumido vinho nacional nos últimos seis meses. Além disso, 68,5% realizaram compras no período, com destaque para mulheres com maior escolaridade e renda, residentes nas regiões Sul e Sudeste.

Segundo o estudo, o vinho já é a segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil, atrás apenas da cerveja, o que indica um mercado com grande potencial de crescimento para as vinícolas nacionais. “O mais importante é garantir dignidade, renda para o produtor rural e inclusão para empreendedores que, muitas vezes, nunca tiveram acesso a estratégias de mercado, mas que oferecem produtos de excelente qualidade e ainda enfrentam desafios para expandir sua comercialização”, afirma Carmen Sousa, analista da Unidade de Competitividade – Núcleo de Agronegócios e responsável pelo segmento de Vinho do Sebrae Nacional.

Para fortalecer o setor, formado em grande parte por pequenos negócios familiares, o Sebrae atua com o Consevitis em ações estratégicas, como o Projeto Imagem. Estruturada em três pilares — qualificação, inteligência de mercado e promoção — a iniciativa busca ampliar o consumo per capita de vinhos nacionais, valorizar a produção local e posicionar o enoturismo como uma experiência de valor cultural e econômico.

A ação está presente em sete estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. Nessas regiões, jornalistas e influenciadores especializados em turismo, gastronomia e cultura são convidados para imersões nas rotas do vinho, com visitas a vinícolas, experiências enoturísticas e encontros com empreendedores. A ideia é aumentar a visibilidade da produção nacional e estimular o desenvolvimento territorial.

Além de estimular o consumo, o projeto promove o empreendedorismo e contribui para o fortalecimento da economia local, ao atrair visitantes e consumidores para os polos produtores. O perfil dos consumidores que mais consomem vinho no Brasil — mulheres entre 35 e 44 anos, das regiões Sul e Sudeste, com maior escolaridade e renda — também orienta as estratégias de mercado.

Entre os dados levantados pela pesquisa, destacam-se:

•  O vinho é a segunda bebida alcoólica mais consumida (33%), atrás da cerveja (54%);
•  68,5% compraram pelo menos uma garrafa nos últimos três meses, sendo que 52% consomem a bebida diariamente ou semanalmente;
•  O vinho tinto domina a preferência (80%), seguido pelo branco (9%) e o rosé (7%);
•  Supermercados são os principais pontos de compra (89%), seguidos por empórios (40%) e plataformas online (27%);
•  O preço médio pago por garrafa é de R$ 66,30;
• O custo ainda é um dos principais obstáculos à popularização do produto: 52% dos entrevistados citam o preço como um fator limitante.