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Brasil discute papel estratégico na economia circular em fórum global

Instituições como Sebrae, CNI, Senai e ONU, discutiram políticas, inovação e experiências empresariais com foco em soluções para a circularidade no Brasil

(Foto: Nino Cirenza/Sebrae)
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247 - Representantes de instituições brasileiras participaram da sessão “Rumo à Circularidade: Políticas, Inovação e Experiências Empresariais” durante o World Circular Economy Forum 2025, destacando o protagonismo do país e de suas empresas na transição global para a economia circular. Com participação do Sebrae, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), o encontro apresentou práticas já em curso no Brasil capazes de acelerar essa transformação por meio de inovação, sustentabilidade e articulação entre setores público e privado.

“Esta sessão de aceleração é fundamental porque traz o empresariado brasileiro para o centro do debate global”, afirmou Camila Andrade, técnica do Centro Sebrae de Sustentabilidade. Ela destacou a complementaridade entre os participantes: o Sebrae com a perspectiva dos pequenos negócios e a CNI e o Senai com o olhar da indústria.

No segundo painel do encontro, foram debatidas barreiras e oportunidades para a adoção da economia circular no Brasil. Uma pesquisa inédita apresentada pela CNI em parceria com a Fiesp revelou que 85% das indústrias brasileiras já praticam alguma forma de circularidade, mesmo que 83,49% dos entrevistados não conheçam formalmente o conceito. Os principais benefícios citados pelas empresas são redução de custos operacionais (35%), melhoria da imagem institucional (32%) e estímulo à inovação (30%). Já os entraves incluem alto custo de financiamento, defasagem tecnológica e baixa conscientização dos consumidores.

André Luiz Spinelli Schelini, diretor-técnico do Sebrae-MT, destacou o histórico da instituição com a pauta da sustentabilidade. “Há 15 anos, o Sebrae trabalha a sustentabilidade de forma estruturada. A economia circular é uma agenda urgente, especialmente para os pequenos negócios, que são a espinha dorsal da economia brasileira”, afirmou. Ele citou como exemplo o programa estadual Carbono Zero, que pretende alcançar 20 mil pequenas empresas com diagnóstico de descarbonização até o fim de 2025.

Já Fausto Ricardo Keske Cassemiro, gerente adjunto de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, ressaltou a importância de um ecossistema articulado entre diferentes setores. “A transformação da economia linear para a circular precisa ter os pequenos negócios como protagonistas. O papel das instituições é garantir políticas públicas, incentivos e conhecimento acessível”, defendeu.

Casos práticos e protagonismo brasileiro

O painel também contou com especialistas como Aldo Ometto (USP), Sissi Alves (Ministério da Indústria), Wanderley Baptista (CNI) e Claudio Schefer (Embrapii), que defenderam maior cooperação entre academia, empresas e governo para que o Brasil assuma uma posição de liderança na bioeconomia regenerativa, especialmente em áreas como biomateriais e tecnologias tropicais.

Ao fim da sessão, três iniciativas práticas foram apresentadas como exemplos de empreendedorismo circular no país. A Poiato Recicla, representada por Marcos Poiato, mostrou como bitucas de cigarro estão sendo transformadas em papel biodegradável. A EcoDescarte, de Thiago Pegorini, apresentou sua atuação na reciclagem de resíduos eletrônicos e geração de renda, com destaque para parcerias sociais como o Hospital de Câncer de Cuiabá. Já o The Human Project, de Giulia Santana, demonstrou como cooperativas femininas em Sergipe transformam resíduos plásticos em mobiliário escolar, gerando renda, inclusão e impacto ambiental positivo.

As experiências reforçaram o potencial do Brasil em liderar a agenda global da economia circular, com soluções inovadoras ancoradas na diversidade social, cultural e ambiental do país.

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