Desmatamento e negacionismo climático mancham a Escola de Sargentos
É urgente que a sociedade civil, os órgãos de fiscalização e o Ministério Público Federal estejam atentos a essa atrocidade que está sendo perpetrada
A decisão de construir uma escola de sargentos do Exército no bioma da Mata Atlântica, dentro da APA Aldeia Beberibe no Grande Recife é um desrespeito com qualquer cidadão que preza pela preservação ambiental. Com a destruição de cerca de 200 mil árvores, essa obra representa não apenas um crime ambiental, mas também um exemplo grotesco do negacionismo climático que permeia as esferas de poder em Pernambuco. Os impactos dessa barbaridade se estenderão muito além da devastação da flora; comprometerão o abastecimento de água de milhões de pernambucanos e colocarão em risco a fauna já ameaçada na região.
É revoltante ver instituições públicas, como o Exército e o Governo do Estado, se unindo para perpetrar atos tão danosos à natureza. A construção da Escola de Sargentos do Exército na Bacia do Catucá , em cima de nascentes que alimentam o Rio de mesmo nome o Catucá, principal afluente da Barragem de Botafogo, é um verdadeiro escândalo, refletindo uma completa falta de responsabilidade social e ambiental por parte dos nossos governantes. O que deveria ser um esforço conjunto para proteger o meio ambiente se transforma em uma competição vergonhosa para ver quem destrói mais rapidamente o que resta da Mata Atlântica.
A construção de uma escola que ignora completamente os princípios da educação ambiental é uma afronta à inteligência e ao futuro dos jovens que nela estudarão. Que exemplo é dado aos alunos quando se inicia um projeto que desmata e devasta? É um ensinamento desastroso que perpetua uma cultura de indiferença e desrespeito pela natureza. O que se vê é uma verdadeira lavagem cerebral que ensina a ignorar as consequências de nossas ações.
E o pior de tudo é que essa obra megalomaníaca, orçada em R$ 1,8 bilhão, será bancada com o dinheiro do contribuinte, enquanto o Exército afirma não ter recursos para garantir um almoço decente para suas tropas. É uma afronta à lógica e uma zombaria com a população. Como é possível justificar um investimento tão alto em um projeto que desrespeita a integridade ambiental? A gestão pública deveria ser um reflexo das necessidades da população, mas, no caso do Exército, estamos diante de um verdadeiro desvio de prioridades.
É urgente que a sociedade civil, os órgãos de fiscalização e o Ministério Público Federal estejam atentos a essa atrocidade que está sendo perpetrada. O descaso com o meio ambiente e a irresponsabilidade do Estado e do Exército não podem passar impunes. Os corredores ecológicos, protegidos por decretos estaduais, estão sob ameaça, e aqueles que tomaram decisões que favorecem essa destruição precisam ser responsabilizados.
Enquanto nossos governantes fazem discursos vazios sobre sustentabilidade, a realidade é uma tragédia anunciada. Precisamos de ações concretas que garantam a proteção dos nossos recursos naturais e a sobrevivência das futuras gerações. O desmatamento não é apenas um problema local, mas uma questão global que nos afeta a todos. Portanto, a responsabilidade é de todos, e a luta deve ser coletiva. É hora de parar de tolerar a destruição e exigir que aqueles em posições de poder honrem seu papel na preservação do nosso planeta.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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