Brasil de Lula, China e Celac fortalecem aliança estratégica do Sul Global e o mundo multipolar
O Fórum China-CELAC reforçou o entendimento de que a era da dominação unilateral está superada
O Fórum China-CELAC, realizado na última terça-feira (13), na capital chinesa, representa um marco decisivo no aprofundamento das relações entre o gigante asiático e os países da América Latina e do Caribe. Mais do que um encontro diplomático, o evento reafirmou o compromisso político de ambas as partes com a construção de uma nova ordem internacional baseada na paz, no multilateralismo genuíno e no desenvolvimento compartilhado.
Com a presença de presidentes de três países latino-americanos Luiz Inácio Lula da Silva, Gustavo Petro e Gabriel Boric, chanceleres e embaixadores e inaugurada com um pronunciamento do Presidente Xi Jinping, a reunião consolidou a ideia da "comunidade de futuro compartilhado", princípio defendido pela China como eixo de sua política externa para o Sul Global. Este conceito promove a solidariedade entre os povos do mundo em desenvolvimento, rompendo com os laços de dependência e subordinação impostos historicamente pelo colonialismo e pelo imperialismo ocidental.
A histórica Quarta Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC representa um marco incontornável no avanço da multipolaridade e no fortalecimento do protagonismo dos povos do Sul Global. A adoção unânime da Declaração de Pequim expõe uma verdade incômoda para os velhos centros do poder imperialista: o mundo está mudando, e não há como conter a marcha das nações que se levantam para exigir justiça, desenvolvimento e soberania. A presença ativa e assertiva da China como parceira estratégica das nações latino-americanas e caribenhas não apenas desafia o monopólio político e econômico das potências ocidentais, como também aponta um novo caminho de cooperação baseada no respeito mútuo e no benefício recíproco.
O Brasil, sob a liderança do presidente Lula, desempenha um papel central nesse novo arranjo internacional. Ao exaltar a Declaração de Pequim como um sinal de esperança para os países em desenvolvimento, Lula reafirma o compromisso brasileiro com a autodeterminação dos povos e a construção de uma nova ordem mundial. O Fórum China-CELAC não é apenas uma iniciativa diplomática — é uma trincheira política contra o neocolonialismo, contra a hegemonia do dólar e contra as chantagens das potências imperialistas. Como bem pontuou o diretor do Brasil 247 e da TV 247, Leonardo Attuch, esta é uma janela histórica que se abre: a América Latina, junto à China, ergue-se com dignidade para escrever sua própria história, longe das amarras de um sistema internacional que sempre serviu aos interesses de poucos à custa da miséria de muitos.
Num cenário internacional marcado por guerras, sanções, ameaças e intervenções, o Fórum China-CELAC reforçou o entendimento de que a era da dominação unilateral está superada. A multiplicação de polos de poder, a ascensão de novas potências e o enfraquecimento da hegemonia estadunidense criam as condições objetivas para um mundo multipolar e novos equilíbrios.
O consenso estabelecido no fórum defende o multilateralismo genuíno como a via mais segura e racional para o diálogo entre as nações. Denuncia o uso político do sistema financeiro internacional, critica as práticas neocoloniais disfarçadas de “cooperação” e propõe uma nova arquitetura de governança global — mais representativa, democrática e eficaz. A defesa da Carta das Nações Unidas, da paz mundial, da segurança coletiva e do encontro entre civilizações são elementos centrais dessa nova visão de mundo.
Brasil e China: uma parceria estratégica na nova era
Neste novo quadro global, destaca-se o papel do Brasil e a importância da visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. O encontro com o presidente Xi Jinping selou um aprofundamento histórico da parceria sino-brasileira, elevando-a a um novo patamar. Brasil e China exercem uma parceria estratégica na nova era.
Além dos acordos em infraestrutura, energia, tecnologia e meio ambiente, a visita consolidou o entendimento de que a cooperação entre o Brasil e China é estrutural, duradoura e de interesse mútuo. A sinergia entre o Brasil — maior economia da América Latina — e a China — maior parceiro comercial da região — tem potencial para impulsionar a reindustrialização brasileira, gerar empregos e reduzir desigualdades, sem afetar nossa autodeterminação. Ao contrário, agregando novos elementos para o fortalecer a soberania nacional. Trata-se de uma sinergia dos projetos estratégicos do governo Lula - o novo PAC, o plano Nova Indústria Brasil e o plano de Transformação Ecológica - com a iniciativa chinesa do Cinturão e Rota
A parceria entre China e Brasil, no contexto mais amplo do BRICS+, é também um fator para a configuração de um novo equilíbrio geopolítico. Ela contribui para fortalecer a autonomia da América Latina em face das pressões dos Estados Unidos e da União Europeia, cujas políticas externas ainda são marcadas por intervenções, bloqueios econômicos e tentativas de ingerência.
Enfrentar os entreguistas: soberania e independência nacional
Apesar do avanço da diplomacia Sul-Sul, forças internas no Brasil seguem operando contra o interesse nacional. São setores reacionários e entreguistas, aliados aos interesses geopolíticos dos EUA, que sabotam acordos com a China, atacam o BRICS, desqualificam os mecanismos de integração latino-americana e defendem a dependência externa como “inevitável”.
Esses setores agem articuladamente nos meios de comunicação, no sistema financeiro e em parte do Congresso Nacional, disseminando uma ideologia anticomunista, xenófoba e antipatriótica. Defendem uma política externa alinhada aos EUA, mesmo diante do fracasso evidente do neoliberalismo, do declínio dessa superpotência, das guerras de rapina e do colapso ambiental provocado pelo modelo ocidental de desenvolvimento.
A resposta a essa ofensiva é clara: mais integração regional, mais BRICS, mais multipolaridade, mais Sul Global. É preciso romper o ciclo de submissão e afirmar a soberania nacional como valor inegociável. O povo brasileiro tem o direito de escolher seus parceiros estratégicos com base em seu interesse próprio — e não nas pressões de potências decadentes.
A multipolaridade pavimenta o caminho da paz
O Fórum China-CELAC mostrou ao mundo que existe alternativa. A modernização não precisa ser sinônimo de desigualdade. O desenvolvimento pode — e deve — incluir os países historicamente marginalizados pelo sistema-mundo capitalista. A paz só será possível quando houver justiça, soberania e cooperação verdadeira.
A multipolaridade não é uma ameaça: é a única possibilidade de convivência pacífica entre as nações no século 21. É o antídoto contra o unilateralismo, o militarismo e o saque de recursos. Nesta nova era, a América Latina deve assumir com orgulho seu papel histórico: o de vanguarda da libertação nacional, do internacionalismo e da construção de uma ordem internacional mais justa.
O Brasil, com sua força, diversidade cultural e potencial para exercer em conjunto com os países irmãos a liderança regional, deve continuar sendo protagonista dessa transformação. E o povo brasileiro, em sua consciência e luta, será o verdadeiro fiador deste novo caminho.
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