Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva à imprensa. Sede das Nações Unidas, Nova York - EUA. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Performance de Lula na ONU em defesa do Brasil desarma o império e desorienta a direita

O equilíbrio entre discurso intransigente em defesa da soberania e a habilidade de dialogar até com adversários revela uma diplomacia madura e eficaz

O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU e o subsequente encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, marcaram um episódio diplomático de profundo significado. Ficou evidente que autoridade internacional se conquista com altivez e não com submissão — uma lição que repercutiu tanto no cenário global quanto na política interna, onde as posturas antinacionais se tornaram ainda mais expostas.

Da tribuna das Nações Unidas, Lula fez uma defesa contundente da soberania brasileira, criticando as sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos e a interferência em assuntos internos de países soberanos. Ao se referir ao julgamento de Jair Bolsonaro, declarou que “a agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável” e enviou um recado claro: “nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”. Com a mesma firmeza, denunciou o genocídio em curso em Gaza, posicionando o Brasil de forma corajosa ao lado do direito internacional e dos direitos humanos. A imprensa internacional destacou que Lula figura entre os poucos líderes mundiais que não se curvaram às medidas unilaterais do governo Trump, ressaltando a força moral de sua postura.

A reação de Trump foi reveladora. Após assistir a trechos do discurso de Lula, o presidente norte-americano fez elogios públicos inesperados, chamando o brasileiro de “cara muito legal” e destacando uma “excelente química” de “39 segundos” entre ambos. Mais do que uma gentileza protocolar, o gesto foi interpretado como sinal à sua equipe para reabrir o diálogo com o Brasil — a primeira sinalização positiva desde o início da crise diplomática. O fato de essa abertura ocorrer logo após Lula reafirmar seus princípios demonstra que foi justamente a firmeza brasileira que arrancou respeito. Ainda assim, todo cuidado é pouco diante de um personagem tão nefasto. Os EUA, sob comando de Trump, estão prestes a atacar a Venezuela, e o aceno a Lula pode ter sido uma manobra para neutralizar uma eventual reação do Brasil.

Enquanto Lula representava o país com dignidade no palco mundial, o bolsonarismo atuava em sentido oposto. O deputado Eduardo Bolsonaro tornou-se alvo de acusações de “traição à pátria” por articular junto ao governo Trump a imposição de sanções contra o Brasil. A Polícia Federal abriu processo administrativo disciplinar para investigar sua conduta. A ministra Gleisi Hoffmann defendeu a cassação do mandato por traição, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, reforçou que servidores públicos não podem apoiar sanções estrangeiras contra o país — recado direto ao filho de Bolsonaro. Suas ações, em contraste absoluto com a conduta de Lula, buscavam aprofundar a crise diplomática em benefício de interesses sectários, deixando-o politicamente isolado diante do “potencial radioativo” de sua traição.

A performance de Lula na ONU e seus efeitos imediatos representam um momento de virada na política externa brasileira. O equilíbrio entre discurso intransigente em defesa da soberania e a habilidade de dialogar até com adversários revela uma diplomacia madura e eficaz. A direita bolsonarista, desorientada e neutralizada, viu ruir sua estratégia. E o caso de Eduardo Bolsonaro, agora tratado como assunto de polícia e ética, ficará registrado como exemplo histórico do que significa conspirar contra os interesses nacionais.

Redação Brasil 247 avatar
Conteúdo postado por:

Relacionados